Lilian Vereza
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Lilian Vereza
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
6 de janeiro: Dia de Reis
“1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém."Não há evidência histórica da existência dessas pessoas", diz André Chevitaresse, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "São personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos."
“2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.
“3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.
“4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.
“5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:
“6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).
“7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.
“8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.
“9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
“10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.
“11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.
“12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.” (São Mateus, cap. 2, 1ss)
De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis - provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: "Todos os reis cairão diante dele". Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles ganharam nomes e locais de origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia.
Em hebreu, esses nomes significavam "rei da luz" (melichior), "o branco" (gathaspa) e "senhor dos tesouros" (bithisarea). Quem hoje for visitar a catedral de Colônia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos reis magos.
De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século 12, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colônia.
"Não sei quem está enterrado lá, mas com certeza não são eles", diz o teólogo Jaldemir Vitório, do Centro de Estudo Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte. "Mas isso não diminui a beleza da simbologia do Evangelho de Mateus ao narrar o nascimento de Cristo." Afinal, devemos aos magos até a tradição de dar presentes no Natal. No ritual da antigüidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso. E mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a mortalidade).
terça-feira, 23 de outubro de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Simpatias de Santo Antonio
Segundo conta outra lenda, uma moça, cansada de rezar e esperar que o santo a ouvisse, atirou a sua imagem pela janela. A estatueta bateu na cabeça de um homem rico, que logo se apaixonou por ela. A partir desses "causos", Santo Antonio, festejado em 13 de junho, não teve mais descanso e, até hoje, recebe muitos pedidos.
13 de Junho - Dia de Santo Antonio
Santo Antonio, o santo casamenteiro
Estudioso e bastante inteligente, Antonio formou-se em teologia, tornando-se depois professor, e teve em Santo Agostinho, famoso filósofo da Igreja, seu principal mestre.
O tema de seus escritos é quase sempre a caridade, bandeira que carregou durante toda sua vida. "Assim como as velas puxam o navio, a compaixão puxa você a atender à necessidade do próximo", afirma em um dos textos.
Conta-se também que possuía grande magnetismo para atrair os animais. Em um de seus milagres mais famosos, Antonio chegou à cidade de Rimini, na Itália, para pregar, mas, não encontrando nenhum fiel, resolveu pregar aos peixes. Logo apareceram centenas deles saltitando na água.
Santo Antonio de Pádua, ou de Assis, como também é conhecido, morreu em 1231 e foi canonizado no dia 30 de maio de 1232 pelo papa Gregório IX. Em 1946, o papa Pio XII proclamou-o Doutor da Igreja, o que significa que contribuiu muito para a vivência e o conhecimento da fé cristã.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Corpus Christi
Acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.
A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.
A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Corrida de São Silvestre - 31 de Dezembro
A corrida tem esse nome porque acontece no dia 31 de dezembro, data em que a igreja católica celebra o dia de São Silvestre.
São Silvestre nasceu em Roma e foi Papa da Igreja Católica entre os anos de 314 e 355. Ele morreu em um dia 31 de dezembro e, anos mais tarde, foi também em um 31 de dezembro que a Igreja Católica o canonizou.
A corrida, de 15km, é realizada anualmente desde 1924. Trata-se de um dos poucos eventos que aconteceram ininterruptamente, mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, quando boa parte dos eventos esportivos foi suspensa.
A Corrida de São Silvestre foi idealizada pelo jornalista e empresário Cásper Líbero. Em 1918, aos 29 anos, depois de ter trabalhado em outros veículos de comunicação, ele se tornou diretor e proprietário do jornal A Gazeta, modernizando-o e fazendo dele um dos maiores órgãos de imprensa da época. Foi, por exemplo, o primeiro periódico brasileiro a ter cores na impressão.
Daí que nos anos 20, após assistir e se encantar com uma corrida de rua de Paris, o jornalista teve a ideia de organizar uma semelhante aqui em São Paulo, como meio de promoção e divulgação de seu jornal. Nascia assim a São Silvestre.
O primeiro vencedor da prova chamava-se Alfredo Gomes e era um atleta do clube Espéria. Nos primeiros anos, aliás, a prova não acontecia no período da tarde como agora. Começava meia-noite, ou seja, a São Silvestre era o evento da virada do ano, o evento do réveillon.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
6 DE DEZEMBRO - DIA DE SÃO NICOLAU
Das tradições natalinas, uma das que mais gosto é a do Dia de São Nicolau.
Quando meus filhos eram pequenos, dia 6 de dezembro montávamos a árvore de Natal, enfeitávamos a casa e colocávamos as meias penduradinhas, onde eram colocadas as cartinhas para Papai Noel. São Nicolau vinha buscá-las, e deixava nas meias doces e guloseimas em geral.
São Nicolau é um santo muito amado pelos cristãos e alvo de inúmeras lendas. Nicolau realmente existiu e foi um bispo em Mira, atual Turquia. Filho de pais ricos com profunda vida de oração, nasceu Nicolau no ano 275 em Pátara, na Ásia Menor.
Tornou-se sacerdote da diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no clima de perseguição que os cristãos viviam.
São Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os necessitados. Daí que nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças no mês de dezembro.
Sagrado Bispo de Mira, Nicolau conquistou a todos com sua caridade, zelo, espírito de oração, e carisma de milagres. Historiadores relatam que ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi torturado e condenado a morte, mas felizmente se salvou em 313, pois foi publicado o edito de Milão que concedia a liberdade religiosa.
São Nicolau participou do Concilio de Nicéia, onde Jesus foi declarado consubstancial ao Pai. Entrou Nicolau no Céu em 324 ao morrer em Mira com fama de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegassem ao povo.
As histórias que falam sobre ele dão conta de sua bondade e generosidade. Seguem algumas para explicar a doçura do dia 6 de dezembro.
A primeira fala do que Nicolau fez quando soube que em uma cidade no ocidente as pessoas estavam passando fome. Ele reuniu nozes, maçãs, frutas secas e grãos de trigo. Para ajudar, as mulheres da cidade fizeram pães de mel. Encheram um navio e mandaram para a tal cidade. A embarcação demorou muito para chegar e aportou no seu destino apenas à noite, quando todos dormiam. Então os tripulantes dividiram os alimentos e deixaram nas portas das casas. Depois foram embora.
Outra história conta que um viúvo tinha três filhas e estava passando por grandes necessidades. Seu sofrimento era saber que não tinha dote e que não poderia casar as meninas. São Nicolau, então, juntou um saquinho de moedas de ouro e jogou à noite pela janela. O saquinho foi cair dentro de um sapato e o viúvo conseguiu casar a primeira filha. A história se repetiu mais duas vezes e todas foram casadas, graças aos presentes dos sapatinhos.
Dessas duas lendas vem a tradição do "sapatinho na janela" - sim, aquele que inspirou a música!!!
Então, vamos todos escrever nossas cartinhas hoje??
sábado, 7 de maio de 2011
A vida não dá duas safras

Na verdade, com o festival de chacinas que se assiste diariamente nos telejornais, com gente morrendo por todos os lados, era mesmo de se esperar que todo mundo já soubesse que também pode e vai morrer. A qualquer momento.
Infelizmente não é assim. Morrer continua a ser uma idéia vaga e absurda para a maioria das pessoas. Algo que só se vê, de verdade, nos telejornais e em lugares muito distantes. Na vida real, só ocorre mesmo com o vizinho… De preferência, com os mais chatos. Com a gente, nunca! Vivemos como se todos nós tivéssemos sido hipnotizados por um mago para acreditarmos que vamos durar para sempre.
Por isso a gente adia tanto, tudo, o tempo inteiro. O projeto de ser feliz, a mudança de emprego, de cara, de cidade, de par amoroso. Deixa para uma hora mais propícia, menos problemática, mais oportuna e menos inadequada. Sempre para daqui a algum tempo, quando a gente tiver mais dinheiro, quando a gente se aposentar, quando os filhos crescerem, quando tivermos uma folga, quando a economia se normalizar.
Antes de mais nada, é preciso sobreviver, ganhar dinheiro, fazer sucesso – pensa a maioria. A vida mesmo vai ficando para depois, quando todas essas coisas tão mais importantes já estiverem equacionadas e resolvidas. O problema é que vida não entende essa linguagem de adiamento. “Oportuno” e “adequado” são palavras sem nenhum significado para o ritmo da vida. Vida é como sorvete debaixo de sol quente: – ou você toma na hora ou vai ficar chupando dedo. Vida é um negócio de “aqui” e “agora”, de extrema premência e necessidade.
Eu sempre achei muito engraçado as pessoas usarem esse verbo “sobreviver” em lugar de “viver”. Sobreviver significa continuar a viver depois que aconteceu algum sinistro grave, como um incêndio de grandes proporções ou a queda de um avião. Constatado que a pessoa não tem nenhuma ocorrência deste tipo em seu prontuário, conclui-se que a tragédia, da qual ela escapou ilesa (e porisso está condenada a viver) foi ter nascido…
A maior tragédia que pode acontecer a alguém é passar pela vida sem viver. Nenhuma justificativa justifica perder a chance de estar vivo, de existir, de experimentar cada momento – escasso e passageiro – que se tem neste mundo. Nem um grande negócio. Nem todo o dinheiro do mundo. Nem um sucesso de arrebentar a boca do balão. Viver a vida é o item básico na cesta básica de qualquer pessoa.
Pra encurtar conversa, já que essa ladainha pode ir muito longe: com a vida é assim, ou você faz agora, já, com os recursos que tem, ou esquece.”
por Geraldo Souza
domingo, 24 de abril de 2011
A fita métrica do amor
Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
Martha Medeiros
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
O que eu desejo a você...

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
(Original de Victor Hugo adaptado por Vinícius de Morais)
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
A Despedida do Amor

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.
Martha Medeiros